O único homem livre - A doutrina da loucura em Lacan
Márcio Peter de Souza Leite
Resumo
Próximo ao fim da na Guerra dá-se início a uma polêmica que se mantém como tema de interesse e estudos atuais. Jacques Lacan e Henri Ey desenvolvem uma série de debates sobre a psicogênese das neuroses e psicoses em torno do tema da "Liberdade" que se destacam nos estudos da psiquiatria e psicanálise das últimas décadas. Ey, sustentando-se em um humanismo filosófico, pensa o homem como livre e auto determinado. Para Lacan, o homem recebe suas determinações essenciais do exterior, pois é alienado na linguagem. O presente artigo aborda o organodinamismo de Henry Ey comparando-o com as teses de Lacan, nas quais o fenômeno da loucura é formulado como causa significante - determinada pela linguagem - e como rejeição da causalidade - objeto como causa real. (Márcio Peter de Souza Leite)
Leia texto integral no livro "Tempo psicanalítico" - Da estranheza à intolerância - a psicanálise em tempos nômades, nro. 2, publicado pela Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle (SPID), filiada à International Federation of Psychoanalytical Societies - IFPS, julho-dezembro/2009.
Em 2009, Tempo Psicanalítico, volume 41, desdobrado em dois fascículos, traz no tema-título Da estranheza à intolerância - a psicanálise em tempos nômades, o conceito das umheinliche, desenvolvido por Freud em 1919.
O intuito foi trazer esta construção teórica - a "inquietante estranheza" - em toda sua amplitude, do sentimento experimentado no particular, o desconforto do sujeito em sua relação com o mundo externo e consigo mesmo, à esfera coletiva, onde surge na intransigência com o diferente, ou com o estrangeiro, gerando a intensificação dos sentimentos nacionalistas, acirrando os conflitos étnicos.
Acreditamos que o construto teórico freudiano, ao apontar o passageiro clandestino que nos habita, possa lançar luzes sobre as manifestações sociais e políticas com as quais nos defrontamos na atualidade.
Cynthia De Paoli