A FORTALEZA DA PSICANÁLISE - 1983

A história da psicanálise em Fortaleza
 (Leonardo Danziato)

 

A importação dos mestres
A psicanálise em Fortaleza realmente parece ter sido importada de outros estados. Isto porque, não só o ensino que se procedeu em nossa cidade proveio de fora, mas também importantes profissionais de psicanálise que iniciaram sua transmissão pela via da prática.

Esta é uma característica de como a psicanálise se insere em outros espaços sociais, o que determina uma certa condição de "digestão" deste saber e deste ensino. Em Fortaleza não foi diferente.
Os primeiros profissionais "importados" foram Francisco Pacheco e Maria Helena Rossetti, um casal de psicanalistas que chegou a Fortaleza em fevereiro de 1983, para aqui se estabelecer clinicamente. No caso dos dois, não vieram convidados por nenhum grupo ou instituição, mas por conta própria. Poderíamos dizer que, além de Sônia Lobo que estava concluindo sua formação em Recife, eles foram os únicos psicanalistas com formação "modelar" nesta época em nossa cidade.
Francisco Pacheco é membro da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), e vivenciou toda a crise desta sociedade, desencadeada pelas discordâncias de alguns de seus membros, encabeçados por Hélio Pelegrino. Mesmo sendo membro, não freqüenta esta instituição, isso porque em seu percurso com a psicanálise, após sua formação "modelar", interessou-se por Lacan, estabelecendo sua prática hoje, nos moldes lacanianos.
Maria Helena Rossetti iniciou sua formação na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, filiando-se posteriormente à SPRJ. Ao chegar em Fortaleza, retomou sua formação em Recife, na Sociedade de Psicanálise de Recife. Ela também vivenciou toda a crise da SPRJ, desencadeada por Hélio Pelegrino e seus discípulos.
Ambos são hoje referências para a psicanálise em Fortaleza, e seus percursos ultrapassam a mera referência histórica como pioneiros de uma prática em nossa cidade, pois, além disso, participaram ativamente dos movimentos psicanalíticos desta época, especialmente dos que desencadearam a formação da Clínica de Estudos Freudo-Lacanianos. Como esclareceremos mais adiante, no momento da formalização jurídica deste grupo, ambos retiraram-se por conta de discordâncias teóricas quanto à forma institucional. Algum tempo após este episódio, viriam a fundar um grupo interdisciplinar: o Édipo - Espaço-Discussão Interdisciplinar em Psicanálise.
O início, portanto, deste terceiro período poderia iniciar-se com a chegada de Francisco Pacheco e Maria Helena Rossetti, no ano de 1983. As datas não são tão fundamentais assim, mas certamente este é um fato a ser considerado. Contudo, acreditamos que a principal movimentação em torno de um discurso lacaniano, que caracteriza este período, foi introduzido pelo espaço universitário, como já comentamos. Eles dois viriam reforçar este movimento, utilizando de suas "credenciais" de psicanalistas já reconhecidos.
O ano de 1984 é para nós um marco deste período, por conta das primeiras notícias em tomo de estudos diversos sobre a obra de Lacan. Além do texto de Ricardo Linconl L. Barrocas, que apresentamos acima, outros movimentos podem ser observados, tais como a chegada de Francisco Ramos de Farias na Universidade Federal do Ceará e a constituição de um primeiro grupo em torno da leitura da obra de Lacan.
Neste mesmo ano, segundo Laéria Bezerra Fontenele, iniciou-se um grupo de estudos sobre Lacan, provavelmente o primeiro. Era um grupo de interessados em Lacan, funcionando informalmente sem maiores pretensões institucionais, pois além de Laéria Bezerra Fontenele e Paulo Roberto Gurgel, ambos ainda estudantes, contava apenas com Adriana Linhares, como única já profissional de psicologia.
Este grupo veio a denominar-se de "Núcleo de Estudos Lacanianos" e posteriormente, vieram compor outros profissionais de renome, como Francisco Pacheco. Maria Helena Rossetti e Regina Stellin. Daqui sairia, juntamente com outros pequenos grupos, o núcleo que iria constituir a Clinica de Estudos Freudo-Lacanianos (CLEF) em 1991.
Sua informalidade viria a decretar sua dissolução, em nome de um projeto mais pretensioso de institucionalização com a psicanálise - a CLEF - que conseguiu aglomerar alguns outros pequenos grupos que giravam principalmente em torno de Ricardo Linconl L. Barrocas.
Ainda como "Núcleo de Estudos Lacanianos", este grupo estabeleceu um contato com psicanalistas da "Clinica Freudiana de São Paulo" para dar início a um estudo mais sistemático da obra de Lacan. Os profissionais que aqui vieram foram, Oscar Cesarotto, Márcio Peter de Sousa Leite e Geraldino Ferreira, todos da Clínica Freudiana de São Paulo.
A denominação de Núcleo de Estudos Lacanianos permanece até o ano de 1991, quando se dissolve para promover a fundação da CLEF.
Vemos aqui toda uma introdução de questões fundamentais do discurso lacaniano, tais como o "retorno a Freud", das deturpações de seu texto, seja em decorrência de uma má tradução, seja por seus efeitos ideológicos na clínica. Sem dúvida é uma das introduções destas questões em nossa cidade, que nesta época encontrava-se isolada, não só geograficamente, como intelectualmente.
Certamente esta é uma prova da constituição de um outro espaço discursivo sobre a psicanálise neste momento histórico que daí por diante só iria se aprofundar, produzindo demandas de institucionalização mais originais, de uma prática clínica diferenciada das práticas psicológicas e psiquiátricas, e inaugurando uma luta simbólica fundamental para a história da psicanálise na relação com sua difusão e seus restos ideológicos.
Daí por diante demarca-se de forma mais nítida as diferenças discursivas e éticas da psicanálise, fundando em Fortaleza a operação lacaniana de "retorno a Freud". Esta operação necessitava de uma importação discursiva, como ocorre em qualquer lugar cuja originalidade teórica e intelectual sofre de isolamentos os mais diversos. Estes profissionais, que iniciaram suas visitas em 1986, não foram os únicos. Certamente são psicanalistas do mais alto nível, com reconhecimento nacional, o que pode nos garantir um bom começo no ensaio com estas questões.
Contudo, a manutenção dessas visitas ficou inviabilizada pelos altos custos, logo modificando sua freqüência - de trimestral para semestral - até sua extinção.
Este é um período em que alguns profissionais visitavam nossa cidade de forma esporádica, ou pelo menos com uma freqüência não muito intensa. Eram eventos isolados, como o que fora promovido por Francisco Ramos de Farias e seu grupo de estudos, em 1986, trazendo duas psicanalistas cariocas, Gilda Sobral Pinto e Ana Maria Rebouças.
Na mesma época outros profissionais passaram a nos visitar. Estes permaneceram por mais tempo, escrevendo com seus ensinos um capítulo da nossa história.
A partir do ano de 1986 inicia-se a vinda destes profissionais para proceder um ensino em Fortaleza, que viria marcar definitivamente o estudo da psicanálise em nossa cidade. As "importações" de profissionais de outros Estados, especialmente Pernambuco e Bahia, centros de psicanálise mais desenvolvidos e mais próximos geograficamente, se fazem até os dias de hoje. Temos aí uma década de importações que ainda não terminou.
Talvez estejamos ainda num momento em que os aprendizes ainda não se reconheçam como mestres, mas já iniciam seus ensinos, mesmo que ainda atrela dos ao ensino dos "grandes mestres". Parece que estamos numa certa "entressafra", em que ainda se faz necessário um pouco mais de percurso para o reconhecimento pessoal e social dos "pequenos mestres".
Como dissemos, esta importação iniciou-se em 1986. O primeiro deles foi Ivan Correia, psicanalista cearense, radicado em Recife, de formação lacaniana membro do Centro de Estudos Freudianos (CEF).
Por conta de suas origens cearenses, Ivan Correia teve oportunidades de contato logo cedo, quando passou a freqüentar nossa cidade, inicialmente sem um compromisso muito sistematizado, e posteriormente de forma mais freqüente e sistemática, vindo mesmo a praticar a psicanálise em Fortaleza.
- Segundo seu próprio relato, ele passou a nos visitar por essas datas - no ano de 1986 - conduzindo um grupo de estudos sobre Freud no Hotel Colonial, e logo depois viria a ministrar algumas conferências sobre o tema para um grupo de profissionais interessados.
Posteriormente, retornou a Fortaleza para proferir palestras preparatórias para o Encontro do Centro de Estudos Freudianos do Recife, que iria se realizar em Fortaleza no ano de 1988, cujo tema era o Seminário de Lacan sobre a "Identificação". Nessas conferências, Ivan Correia introduz noções de topologia lacaniana, tais como o "plano projetivo", o "cross-cap" e o "toro".
Consideramos este encontro como um marco em nossa história, pois pela primeira vez em Fortaleza, ocorria um grande encontro, a nível nacional, contando com a presença de eminentes psicanalistas lacanianos, tal como Isidoro Vegh. Posteriormente o Centro de Estudos Freudianos viria realizar outro encontro, no ano de 1993, sobre o Seminário de Lacan, "O Avesso da Psicanálise".
Certamente, a realização desses dois encontros em Fortaleza devemos a proximidade de Ivan Correia à Fortaleza, não só por suas origens cearenses, mas pelo ensino que procedeu desde 1986.
A partir de 1988, Ivan Correia fora convidado para iniciar um trabalho de análise em nossa cidade, por alguns profissionais que acompanhavam seu ensino, em função da carência de analistas que pudessem desenvolver um trabalho com essa primeira geração que se formava em Fortaleza. Além da carência de psicanalistas na cidade, havia uma proximidade pessoal dos poucos que existiam, através das participações em grupos e eventos variados.
Um grupo de quase vinte pessoas, após um contato informal e seguindo as orientações de Ivan Correia, foi a Recife para proceder uma primeira entrevista.
Depois disso, ele passa a desenvolver um trabalho clínico em nossa cidade. Vejamos seu depoimento:
...desde aquele grupo do colonial o pessoal me solicitava para vir aqui e escutar as pessoas em análise, eu podia vir ou não, eu fui deixando isso de "molho", até um pouquinho antes do encontro. Eu acho que eu comecei a vim aqui a partir de março de 88, se bem que eu pedi primeiro ao pessoal que quem se interessasse fosse a Recife primeiro. A entrevista inicial de todo mundo - foi uma comitiva, foram umas 20 pessoas mais ou menos -então eu atendi primeiro essas pessoas lá em Recife para exatamente organizar a minha vinda aqui e ver as possibilidades ou não e como era que se fazia como é que se viabilizava, e foi a partir daí, eu acho que foi no fim de março de 88 que eu comecei a vir. Já faz quase 10 anos.
Esta viagem "heróica" em busca de uma análise certamente marca uma diferença para os profissionais que a realizaram, não só em termos transferenciais, mas também no engajamento institucional com a mesma, especialmente com o movimento psicanalítico local.
Certamente foi uma saída louvável para os que tinham dificuldades de realizar suas análises em Fortaleza, pois comporta um ato grandiloqüente de alguns personagens desta primeira geração de psicanalistas em nossa cidade. Assim como demonstra uma disponibilidade incomum de Ivan Correia para com nossa cidade, além de uma coragem clínica invejável.
Esta viagem também pode ser datada historicamente, pois é necessário considerar a constituição de um laço transferencial forte com a psicanálise para que ela viesse a ocorrer, e até mesmo para se pensar, nesta possibilidade. Como vimos anteriormente, em outros períodos de nossa história, a dificuldade em se submeter à análise levou apenas dois dos nossos personagens a realizar semelhante história: inicialmente com Rômulo Theóphilo e posteriormente com Sônia Lobo. Em outros casos, outras atitudes foram tomadas: ou não fazer análise, ou buscar informações teóricas.
Aqui, já com uma grande influência do discurso lacaniano, tais saídas não poderiam ser escolhidas, pois a análise e a clínica desde sempre, mas muito particularmente após Lacan, passa a ser considerada indispensável para um percurso de formação. Submeter-se a este pressuposto psicanalítico é reencontrar a radicalidade da "experiência originária” · da psicanálise.
Procedendo esta prática clínica, Ivan Correia intensifica suas vindas a Fortaleza, desenvolvendo também um ensino peculiar de Lacan. Seus grupos de estudo foram de transformando e envolvendo um número maior e mais diferenciado de profissionais. Isto porque, diferentemente dos outros psicanalistas "importa dos", Ivan Correia não se vinculou a nenhum grupo específico.
Certamente havia uma proximidade transferencial entre Ivan Correia e os personagens que viriam a constituir a CLEF, e isto se delata pela semelhança na denominação entre o CEF e a CLEF, mas nunca houve um vínculo formal entre as atividades de Ivan Correia e este grupo.
Ele ampliou seu ensino para outros grupos que não somente a CLEF. Chegou a fazer também um grupo de estudos de Lacan no Círculo Freudiano e em outros espaços. A não exclusividade de Ivan Correia a um grupo, certamente decorre, além de suas posições pessoais, do fato de vir a Fortaleza não só na posição de Mestre, mas também na de analista.
Seu ensino e sua prática analítica configuram-se hoje como fundamentais para a formação de muitos psicanalistas em nossa cidade, cuja carência de analistas ainda se constitui como um empecilho para os que se vêem "mordidos" pela invenção freudiana.
Antes da sistematização das vindas da Ivan Correia para Fortaleza, que só viria a ocorrer em 1988, um grupo de profissionais composto por psiquiatras e psicólogos, organizou a vinda de outro psicanalista, cujo ensino iria constituir um capítulo a parte de nossa história. Trata-se de Aurélio Sousa, psicanalista baiano, de formação lacaniana, membro do Espaço Möebius.
Este grupo de psiquiatras e psicólogos, posteriormente viria a se tornar o Núcleo de Estudos Psicanalítico (NEP), no ano de 1989.
Aurélio Souza passou a vir em Fortaleza a partir de agosto de 1987, e mantém seus seminários e seu ensino até os dias de hoje, sempre com a proposta de estudo da psicanálise tal como foi lida por Lacan. Seu ensino se configurou como um dos mais importantes para a história da psicanálise em Fortaleza, pois através dele constituiu-se não só o NEP, mas principalmente, um espaço de discursividade teórica, ética e clínica entre os profissionais que o acompanhavam.
Sua vinda foi possibilitada por um contato de Francisco José Santos com uma ex-professora, também psicanalista, Regina Andrade. Junto com ela, Aurélio Sousa produziu um projeto denominado Anteprojeto Ceará para a promoção da psicanálise em nosso Estado. O fato é que Regina Andrade veio apenas duas vezes em Fortaleza, ficando a cargo de Aurélio Sousa esta tarefa.
Segundo seu próprio relato, inicialmente apresentou o que tinha a oferecer ao grupo. Certamente não se falava ainda de uma formação sistematizada, nem de uma composição institucional - o que depois viria a acontecer - mas sem dúvida, alguns membros do grupo inicial, que contava com 13 pessoas, já vislumbravam esta possibilidade: "Na época fiz uma pequena intervenção que me parecia necessária para poder dizer o que eu tinha para oferecer, o que eu achava, como era que eu concebia a psicanálise, o que é que eu poderia oferecer como trabalho e o grupo aceitou".
Este é um ponto que depois viria dificultar a composição do grupo, pois a vinculação diferenciada de alguns profissionais com a psicanálise motivou uma demanda de aprofundamento deste compromisso, que não fora respondido da mesma forma por todos.
A proposta inicial de Aurélio Sousa foi de proceder um estudo de Lacan, revisitando os textos de Freud por ele citados.
Eu tinha feito uma oferta de um programa naquele primeiro encontro dentro de uma certa idéia que eu vinha desenvolvendo lá em salvador que era estudar nessas situações, Lacan e Freud juntos, simultaneamente, de uma maneira não linear os textos nem de um, nem de outro, mas na medida em que vai se estudando Lacan, porque o convite era para estudar Lacan, os textos de Freud que fossem sugeridos deveriam ser lidos, trabalhados, apresentados e discutidos.
Os ensinos de Aurélio Sousa, assim como o de Ivan Correia, foram os primeiros a apresentar sistematicamente a obra de Lacan em nossa cidade. A eles, também, e diria principalmente, devemos a difusão das idéias de Lacan, a análise de alguns analistas dessa primeira geração, assim como a composição dos principais espaços psicanalíticos.
A história de Aurélio Sousa em Fortaleza, certamente se confunde com a história do NEP, pois foi a partir dele que se abalizou a idéia de institucionalização deste grupo. Suas preferências políticas e institucionais foram fundamentais para a constituição deste espaço singular de psicanálise neste momento de nossa história. Portanto, sua importância reside não só na consecução de seu ensino, mas principalmente em ter promovido a produção de uma singularidade discursiva e institucional em Fortaleza.
Ainda no ano de 1987, Francisco Ramos de Farias, filia-se formalmente ao "Circulo Psicanalítico de Pernambuco", dando continuidade a sua formação. Seguindo o mesmo caminho Antônia Camargo também pede entrada no ano de 1988.
Exatamente por conta desta pertença ao Circulo Psicanalítico de Pernambuco, Francisco Ramos de Farias e Antônia Camargo organizam mais uma das nossas importações. No ano de 1988, Isabel Lins, psicanalista pernambucana do "Circulo Psicanalítico de Pernambuco", passa a vir mensalmente em Fortaleza, para ministrar seu ensino.
O projeto de ensino de Isabel Lins era de um estudo mensal cujo tema "psicopatologia psicanalítica". Um estudo das estruturas clínicas, seguindo as indicações de Freud. O fato de sua formação e sua instituição não serem de tradição lacaniana, determinou um estudo onde Lacan aparece apenas de forma pontual, na leitura de alguns itens e na fala de seus discípulos. Contudo percebemos uma nítida influência lacaniana no ensino de Isabel Lins, no seu discurso e na sua clínica.
Como veremos posteriormente, o Círculo de Psicanálise de Pernambuco, instituição à qual Isabel Lins era filiada, estava passando por uma reformulação interna, influenciada pelo discurso lacaniano. Ela própria possuía um discurso de proximidade com Lacan, mesmo não abandonando outras possibilidades teóricas. Esta proximidade "não assumida" de Lacan, depois viria a influenciar teóriricamente o Círculo Freudiano, em Fortaleza.
No período de três anos, de 88 a 91, um grupo de profissionais e estudantes participaram deste curso, cujo núcleo determinou posteriormente a proposta de constituição do Circulo Psicanalítico de Fortaleza. Em torno de Isabel Lins Francisco Ramos de Farias e Antônia Camargo, enquanto psicanalistas com formação "modelar", orbitou esta proposta única de constituição de uma instituição "modelar" de psicanálise em nossa cidade.
O ensino de Isabel Lins foi, certamente, para os que a acompanharam uma oportunidade única de proceder um estudo da psicanálise, cujo balizamento clínico era característico e central. Desenvolveu a idéia de estruturas clínicas, caminhando teoricamente por Freud, Lacan e tantos outros, utilizando de forma inteligente e muito própria com os conceitos psicanalíticos. Marcou a todos que a seguiram com sua simpatia e profundidade teórica.
Seu ensino não teve prosseguimento em Fortaleza, por conta das dificuldades que se estabeleceram no momento da constituição do Círculo Freudiano, as sim como do seu projeto de realizar doutoramento na França.
Infelizmente, para tristeza e comoção dos que acompanharam seu ensino, fora acometida por um câncer, vindo a falecer em 1995, em solo francês.
Neste primeiro encontro, dois profissionais de Fortaleza inscreveram-se na apresentação de trabalhos: Ricardo Linconl L. Barrocas e Laéria Bezerra Fontenele. No segundo encontro sobre o “Avesso da psicanálise”, este número aumentou significativamente, entre os que apresentaram trabalhos estavam: Alcione Alcântara, Laéria Bezerra Fontenele, Leonardo Danziato, Tânia Sales e um grupo de profissionais do grupo Édipo, encabeçados por Francisco Pacheco e Maria Helena Rosseti Pacheco, que apresentaram um trabalho conjunto.
Relato de entrevista com Ivan Correia realizada em 11 de outubro de 1997.
Posteriormente, quando procedermos uma análise da Clínica de Estudos Freudo-Lacanianos (CEFL), esclareceremos melhor este ponto.
Relato de entrevista com Aurélio Souza realizada em 6 de setembro de 1997.
Este ponto será devidamente analisado posteriormente, quando procedermos nossos estudos sobre o NEP.
Relato de entrevista com Aurélio Souza realizada em 6 de setembro de 1997.
Essa interpretação do grupo de estudos sobre psicopatologia psicanalítica advém da nossa participação pessoal. A ampliação pela clínica se dá pelos exemplos clínicos discorridos por Isabel Lins no decorrer de suas exposições.
Lembremos que este grupo mudou de nome para Círculo Freudiano, quando da elaboração de seu estatuto.
Posteriormente retornaremos a este ponto, quando analisaremos a constituição do Círculo Psicanalítico de Fortaleza.

 

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