Conferência com Jairo Gerbase

Introdução à Psicanálise - Freud I
Módulo 1 - curso "O essencial para entender Lacan"

Jairo Gerbase é médico-psiquiatra, psicanalista, AME da Escola de Psicanálise do Campo Lacaniano, Membro da Associação Científica do Campo Psicanalítico, autor de inúmeros artigos em jornais, revistas e livros. Recentemente lançou "Comédias Familiares: Rei Édipo, Príncipe Hamlet e
Irmãos Karamázovi" (Cia. dos Livros, 2007). Juntamente com Márcio Peter, Jairo Gerbase
pertence à safra de ouro do lacanismo, percursos que entrelaçam e deixam rastros
na história da psicanálise lacaniana no Brasil.


Conexão Lacaniana: Bem-vindo Jairo, é um imenso prazer tê-lo aqui conosco participando da nossa vídeo-conferência. Quando estiver pronto, você pode começar.

Jairo Gerbase: Boa noite, é um prazer estar com vocês, a idéia de fazer uma conversa com o grupo assim através da vídeo-conferência é muito interessante, é a minha primeira vez.

Fátima Galindo conhece um pouco esse assunto, “os paradigmas da psicanálise”, porque estava presente em São Paulo quando falei disso, mas elaborei um pouco mais esse assunto. Por exemplo, lá eu falei em 3 paradigmas da psicanálise, agora estou em 5. E vou tentar em meia hora resumir esse assunto, que acredito estar dentro do tema “O Essencial para entender Lacan”, está dentro do tema “Introdução à psicanálise”, porque vou falar muito de Freud, a partir do, como dizemos, usando a lupa de Lacan.

Pode se operar em psicanálise a partir de 5 paradigmas:

Do paradigma 1: o paradigma do Complexo de Édipo que joga com o gozo fálico, com JΦ, a gente pode encontrar isso nesse desenho do nó borromeano, que está no RSI e também no seminário O sintoma, Seminário XXIII.

Pode se explicar toda a formação do sintoma, e toda a operação psicanalítica a partir do gozo fálico, a partir do que ocorre na vizinha do real e do simbólico, e o que é fazemos de mais habitual, buscar a significação fálica do sintoma.

Mas pode se operar também a partir do paradigma 2, do paradigma cujo enunciado é “não há relação sexual”, do paradigma da impossibilidade da relação sexual, que escrevo dessa maneira para equivocar, RSI (relação sexual impossível), para equivocar com o simbólico real e imaginário, e esse paradigma 2 se sustenta do gozo do outro barrado, que se encontra nesse mesmo nó borromeano, no seminário O sintoma, como já disse. Então pode se explicar a formação do sintoma em sua dissolução, que é a operação analítica, a partir do gozo do outro, isto é, dessa junção do real e do imaginário, é que fez Lacan desde o Seminário XVII - O avesso da Psicanálise - os 4 discursos onde anuncia o Além do Édipo, mais precisamente eu diria desse Seminário XX - Mais ainda - onde a fórmula da sexuação e ainda mais particularmente desde “O seminário RSI” onde sua hipótese da impossibilidade da relação sexual é bem sustentada, quero dizer que com esse segundo paradigma estamos além do Édipo, os temas empíricos: pai, mãe e criança do paradigma 1 são aqui substituídos pelo significante homem e mulher. Está é aliás a única precariedade da fórmula, porque confunde os gêneros com os significantes.

Também podemos operar em psicanálise através de um 3º paradigma, o paradigma 3 que em francês escreve juis de sance que equivoca com jouissence, que se fossemos traduzir seria gozo do sentido, que equivoca com Jouissance, o gozo. É verdade que nó borromeano de 3, só apareça sens, sentido, nessa vizinhança entre imaginário e simbólico. Mas sabemos que Lacan propôs este equívoco do gozo do sentido, gozo sentido, com o gozo. Então esse paradigma 3 trabalha com J$ , embora não apareça assim no nó.

Também poderia continuar dizendo que a formação do sintoma em sua dissolução de um 4º paradigma, o paradigma que o conhecemos como o mais de gozar, que escrevermos com o a letra a (minúscula) e esse paradigma de algum modo foi o que me induziu a escolher os dois sintomas os quais trabalhei em meu livro anterior, a angústia e a alucinação, quer dizer a incidência do objeto a, olhar, na angústia e a incidência do objeto a, voz, na alucinação. Eu tinha esta intuição de que escolhendo esse 2 sintomas, a angústia e a alucinação, estaria escolhendo os 2 sintomas fundamentais porque são efeitos do comparecimento do objeto a, no seu desvelamento, os 2 objetos como vocês sabem, mais elaborados por Lacan.

E por fim há mais um paradigma que poderia explicar a formação e a dissolução do sintoma que é sigma, o sintoma, que não vai aparecer nesse nó borromeano que estou de fato descrevendo, o nó borromeano de 3 elos, de 3 rodinhas, só vai aparecer no nó borromeano de 4 elos, no nó borromeano do sintoma, no Seminário O sintoma esse 5º Paradigma é o sintoma.

Então a minha idéia é agora detalhar um pouco, nos 20 minutos que me restam cada um desses paradigmas.

O paradigma 1 do Complexo de Édipo se sustenta no gozo fálico como disse, JΦ, se localiza na junção RS, real simbólico.

É o caso de perguntar se usamos os 5 paradigmas no curso de uma análise, ou se escolhemos um ou outro em cada caso, ou ainda se um deles deve ter prevalência sobre os outros, ou se é a escolha do freguês como se diz na Bahia, quem gosta do “Complexo de Édipo”, trabalha com “Complexo de Édipo”, quem gosta do “não há relação sexual”, trabalha com o “não há relação sexual” e etc, vou me posicionar sobre isso daqui a pouco.

O paradigma do Complexo de Édipo está presente, é usado desde Freud é sua tese fundamental, é muitíssimo usado pelos pós-freudianos, especialmente pelos kleinianos, mas também o encontramos no começo do ensino de Lacan em várias oportunidades, está presente, por exemplo, no esquema R, vocês conhecem o esquema R? Está no manuscrito sobre a psicose, uma questão preliminar, todo o tratamento possível da psicose, esquema R, Quem não conhece, quem é mais jovem, não tem problema, depois podem perguntar, um dos preceptores, instrutores de vocês, é fácil localizar, esquema R, ele está anotado como φ quando você olha o esquema R, você vê lá a relação entre o pai, a mãe e a criança, representada como φ que representa a castração imaginária, mas o fato é que estamos jogando nesse esquema R com o φ já significa que estamos jogando com o gozo fálico, que é o fundamento desse paradigma, quer dizer que se analisamos o sintoma, na perspectiva do que acontece entre um pai e uma mãe e uma criança, estamos referidos paradigma do gozo fálico, ainda aí na questão preliminar encontramos outra fórmula, a da metáfora paterna, é muito conhecida, suponho que vocês conhecem, a suposição de que o nome-do-pai pode barrar o desejo da mãe que chamamos de hipótese da castração ideal, porque nunca acontece, pode examinar cada caso de Freud e ver se há, se o pai fracassou na sua função, o pai do homens dos ratos, o pai do curumim Hans, o pai do presidente Schereber.

Curumim é tupi guarani, quer dizer menino, por isso eu digo que a metáfora paterna é uma fórmula ideal, que seria bom que o nome do pai barrasse o desejo da mãe, mas na realidade isso dificilmente acontece, como diz o pai está sempre aquém de sua função, e é por isso que aparece um sintoma como a fobia, para ajudar o pai na sua função.

Há esse medo que se pode notar em Hans, a fobia funciona como interdição do gozo imaginário que estava se passando entre o menino Hans e sua mãe, a explicação do sintoma fóbico que acabo de dar está baseada no Complexo de Édipo, está suportada no gozo fálico e o que eu quero perguntar é se vale a pena mantê-la se, se é necessário mantê-la, ou se um trecho não pode análise não pode prescindir dela, ou se podemos ir adiante e usar outro paradigma para explicar, por exemplo, a fobia.

O paradigma 1, do Complexo de Édipo, é uma teoria restrita do sintoma, pois só dá conta da significação fálica, do gozo fálico, é possível demonstrar como o passar do termo significação fálica ao termo gozo fálico, sem problema porque significação é gozo no sentido que o emprega Frege, que Lacan examinou no Seminário da lógica da fantasia, porque significação é bedeutung, termo usado tanto por Freud como por Frege e significa referência, de modo que quando se diz gozo fálico, ou significação fálica, está se tomando o falo como referente, é o que a gente visualiza no nó borromeano de 3 em, JΦ, na lógica da fantasia Lacan dá um passo a frente, porque no lugar do referente fálico de Freud do Complexo de Édipo, ele lança mão de um outro referente que funciona melhor, no sentido da bedeutung do que o referente fálico, porque é um referente que só tem consistência lógica, o falo é um referente que funciona como símbolo de uma coisa, de um objeto, que tem consistência material, o pênis, enquanto seu referente, o objeto a, o referente de Lacan é pura consistência lógica.

Daqui a pouco a gente vai pras perguntas e aí eu posso talvez detalhar umas coisas, facilitar o que pareceu mais difícil, vou continuar e, adiante vamos ter uma hora para voltar aos temas, aos assuntos, as passagens difíceis menos compreensíveis.

O mesmo referente fálico encontramos no esquema R, aparece ainda “Na questão preliminar da psicose” porque estou examinando esse paradigma em Lacan, no ensino de Lacan, aparece lá no esquema i um outro esquema da “Questão preliminar...”, a negativação da significação fálica, Φo, por isso eu posso ler no esquema RSI assim como no esquema r, essa relação que se estabelece no triângulo imaginário, entre uma mãe, um pai e uma criança, que Lacan escreveu com essa notação φ, estou tentando mostrar que posso passar de φ a Φ e Φo, tudo para isso dizer que o Complexo de Édipo, que é um paradigma clássico na psicanálise só alcança o gozo fálico, tudo que diz respeito a significação fálica, essa é a discussão que quero propor.

Dizia esta é a discussão que quero propor, mas antes de chegar a ela, gostaria de dar outro exemplo, do paradigma 1, do paradigma do Complexo de Édipo, do gozo fálico, na própria fórmula da sexuação, vocês conhecem do “Seminário XX” sabe-se que do lado esquerdo da fórmula, vai aparecer o falo, Φ no mesmo lado em que se situa o sujeito $, nesse lado da fórmula que é impropriamente chamado de lado do pai e portando mesmo ai se pode notar a incidência do Complexo de Édipo, ou do paradigma do gozo fálico, por fim no próprio nó borroemano RSI, real, simbólico e imaginário, aparece o gozo fálico, JΦ, que já mostrei a pouco, nessa junção do real e do simbólico. Então retomo minha pergunta, se o paradigma do Complexo de Édipo hoje é dispensável para explicação da formação do sintoma e para a operação psicanalítica?

Isso tem conseqüências práticas porque se considerarmos o Complexo de Édipo como fundamento, como paradigma da psicanálise, e então justificamos a necessidade da lei da interdição do incesto, e se usamos outro paradigma “da impossibilidade da relação sexual”, essa lei é dispensável, vou me deter um pouco mais sobre isso, desenvolvendo a minha pergunta é até o momento se é preciso operar com o paradigma do Complexo de Édipo parcialmente, ou integralmente, totalmente, em psicanálise, ou se podemos usar outro paradigma?

Por isso vou descrever com mais detalhes o segundo paradigma, e voltar sempre a essa questão, só havia descrito o segundo paradigma com mais detalhes, podemos em uma análise usar esse segundo paradigma ou se é necessário, enfim, usar o primeiro e o segundo da relação sexual impossível, o paradigma do gozo do Outro, que está na junção do real e imaginário. Este paradigma tem uma vantagem porque trata o Complexo de Édipo em termos lógicos, em Freud isso...

Jairo Gerbase: Eu dizia que o paradigma 2, a impossibilidade da relação sexual, trata o Complexo de Édipo em termos mais lógicos, a questão lógica que ele introduz, é a impossibilidade de escrever um dos gozos, é possível escrever o gozo fálico porque temos o significante do falo, mas não é possível escrever Outro Gozo, não, não temos um significante para escrever o Outro Gozo.....

... Chegando 18h30, não vou dar conta dos 5 paradigmas, mas já temos um bom material para discussão, vou mais adiante então...

Não temos um significante eu dizia pra escrever o Outro Gozo, é possível escrever o gozo fálico, porque temos esse significante que é legível, contável, pode ser escrito, mas pelo fato de que não temos um significante pra escrever o Outro Gozo, o gozo do Outro, no corpo do Outro, que o simboliza, não se pode estabelecer essa relação biunívoca de significante com um outro significante, do gozo do Outro barrado, quer indicar isso, que a relação sexual é impossível, que é impossível a relação biunívoca, porque uma relação biunívoca supõe, na teoria dos conjuntos, que haja os dois termos, os dois elementos, um em cada conjunto.

Não temos como escrever isso, por isso lançamos mão da notação de Cantor, a notação do conjunto vazio, Ø, para escrever, essa fórmula, “não há relação sexual”, não há relação biunívoca entre o significante do gozo fálico, e o significante do Outro Gozo, do gozo do Outro, impropriamente chamado de homem e mulher, é aí que se pode colocar o enunciado “não há relação sexual”, Il n'y a pas de rapport sexuale, que seria melhor enunciá-lo “não há proporção sexual” pra traduzir rapport em Lacan.

Na verdade é mais preciso, está em jogo isso, a relação de proporção, matemática, mas dizer “não há proporção sexual” em lugar de “não há relação sexual”, a gente perde a piada, e não é bom perder a piada, é sempre bom conservar a piada, não há relação sexual... lá em casa há, e a gente tem a oportunidade de esclarecer que não estamos falando de relação de corpos, mas de relação de significantes, e no inconsciente, o sujeito do inconsciente não é possível escrever dois gozos só um, e isso cria todos os problemas que chamamos de sintoma, esse enunciado “não há relação sexual” é nesse sentido que há o correlato “a mulher não existe” de Lacan , porque, isso quer dizer que não existe um significante que possa escrever, como disse impropriamente, de gozo da mulher.

Posso também enunciar esse paradigma, dizendo que está interditada a relação entre os gozos, mas o essencial é isso que eu disse, temos dois conjuntos, conjunto chamado homem, e conjunto chamado mulher, o primeiro conjunto é um conjunto que tem um elemento que pode ser escrito, o outro conjunto é um conjunto que não tem um elemento, é isso que quer dizer o segundo paradigma, da impossibilidade da relação sexual, e posso encontrá-lo ainda, na fórmula da sexuação, agora vou falar o lado direito da fórmula da sexuação, eu encontrei o paradigma do Complexo de Édipo, do gozo fálico no lado esquerdo da fórmula a pouco, e agora vou encontrar o paradigma da impossibilidade da relação sexual no lado direito da fórmula da sexuação, para mostrar que estou caminhando em alguns seminários de Lacan e mostrando esses paradigmas, lá no lado direito da fórmula da sexuação você vai encontrar abarrado que indica “a mulher não existe”, Sabarrado que indica a falta de significante no Outro, e a, você já sabe que é o referente lógico da psicanálise, que não pode ser tangido, não é tangível, não é um referente material, sua consistência é puramente lógica.

Fiz um esboço geral dos 5 paradigmas, depois detalhei o paradigma do Complexo de Édipo, agora detalhei o paradigma da impossibilidade de relação sexual, e acho que agora vou passar as perguntas, os outros 3 paradigmas, o do gozo do sentido, do mais de gozar e o do sintoma, podemos retomar de uma próxima vez.

Seria bom ouvi-los. Podemos responder as perguntas, também posso usar mais 15 minutos. Estou sendo ouvido né? Não estou vendo o meu vídeo mais, não sei porquê, vou então continuar.

Então o paradigma 3, ele é muito interessante, o paradigma que joga com o sentido Jouissance, á pouco escrevi aí, como Lacan equivoca Jouissance gozo do sentido com Jouissence, gozo. É o mesmo tipo de equívoco que Lacan gosta de usar, quando usa por exemplo lalangue e la langue, que traduzimos, alíngua e a língua.

Eu queria dizer que é possível explicar também o trabalho analítico, a formação do sintoma e sua dissolução, na análise através deste paradigma, da Jouissance, do gozo do sentido, que se passa na junção do simbólico e do imaginário, encontrei um artigo muito interessante eu se chama “Édipo encontra seu pai, um conflito de trânsito”, é um artigo de psicologia cognitiva, de uma revista Vetor Editora, sabe que a gente fica pondo nossas publicações de psicanálise, indexando no Scielo, permite esse tipo de permuta, quando eu vi no sumário, um artigo de psicologia cognitiva utilizando do Complexo de Édipo, eu digo “oba, vou ver do que se trata”. Muito engraçado. Vou ler pra vocês.

A autora quer analisar os problemas que temos no trânsito, a violência no trânsito, a partir do Complexo de Édipo. Então diz assim: “um dia cruzando a zona de foquiba, perto de um caminhão, onde o caminhão se divide entre ramais, se encontrou em estreita via com um carro e seu secto, era Laio que ia para Delfos, pergunta que fim havia levado seu filho, pois lhe martirizava a dúvida se estava morto ou não. Nessa encruzilhada já que o estrangeiro não deixou seu carro passar Édipo enfrentando os viajante, matou Laio e os acompanhantes exceto um que conseguiu escapar.”

O que é curioso, é que a autora toma essa referência pra tratar de um conflito no trânsito, ela comenta que já nesta época, já havia este tipo de conflito queria discutir um conflito de trânsito a luz da psicanálise, introduzi isso pra dizer, primeiro pra a gente estar rindo um pouco depois pra dizer que o Complexo de Édipo se tornou esse conceito trivial, e não tem mais a evidência que tinha até 1920, até “Além do princípio do prazer”, e por isso acho que precisa atualizar esse conceito, relê-lo de alguma maneira, e é o que me proponho fazer, nesse momento, agora com o terceiro paradigma do gozo do sentido, Jouissance. É esse paradigma diz que na passagem, do significante ao significado há perda de gozo, e esse é um uso muito particular do conceito de significante e significado um uso não lingüístico do conceito, porque no conceito lingüístico da passagem do significante ao significado não há nenhuma perda de gozo, há uma semântica, um significante significa alguma coisa a alguém que é a definição de signo.

Então vou tentar delimitar como se dá a formação do sintoma e sua dissolução na experiência psicanalítica, eu procura quais destes paradigmas funciona melhor. E esse agora do gozo do sentido, parte disso, quando Lacan faz sua notação da relação do significante e significado há perda de gozo, a melhor forma de entender esse enunciado, é usando o matema do discurso do mestre, “Seminário XVII: O avesso da psicanálise”, vocês conhecem esse matema, o matema do discurso do mestre diz que um significante representa o sujeito para outro significante, e essa operação deixa um resto, que escrevemos com a letra a, que chamamos aqui de perda de gozo.

Isso quer dizer no algoritmo de Saussure, o a passagem do significante produz um efeito de sentido chamado significado, e no algoritmo de Lacan a passagem do significante ao significado produz um efeito de sentido chamado sujeito barrado, $, então não se trata mais de lingüística se estamos tratando esse enunciado no nível do sujeito do inconsciente.

Na passagem do significante para o significado há uma perda e recuperação de gozo, cujo o resultado é zero, que se chama entropia, e é isso que joga na formação do sintoma. É uma maneira de ler esta frase como há muitas outras maneiras de ler as frases de Lacan, sempre recorrendo aos seus matemas. De fato o sentido é uma coisa muito embaraçosa porque é sujeito do inconsciente. Entropia. Vamos falar um pouquinho na discussão sobre isso.

Vou fechar nesse terceiro paradigma pra a gente entrar na discussão dizendo o que se passa aí na passagem do significante ao significado. Pra concluir e entrar na nossa discussão. No nível do sujeito do inconsciente a relação com o sentido, é uma relação muito problemática, eu tenho uma referência disso na literatura, do embaraço do sujeito com o sentido, um personagem de Anton Tchecov, conto é longo , eu tenho isso em vários exemplos conhecidos de vocês. Primeiramente na psicose do “Seminário III” há o exemplo da porca e do salsicheiro, isso é embaraçoso, dificuldade, mal entendido que temos com o sentido do significante é uma coisa na verdade que é proposta por Shereber, ele quem diz que na psicose o sem sentido se anula e tudo passa a fazer sentido demais. O que também encontramos na obsessão, uma super consciência, e então vou dar exemplos, dois ou três exemplos e concluir, além deste da porca de Lacan, além do de Tchecov e do Seminário XXII assassinato, sobre o assassinato político.

Quem conhece o Seminário XIII sabe o que há lá, embaraço do sujeito com esse equivoco do significante. Em Freud há muitos, o menino Hans diz que é por causa do cavalo, wegen dem pferd, ele dá uma entonação a esse wegen tão curiosa, que Freud escuta como se pronuncia wagem, e acha estranho a frase, porque a frase ficou, veículo do cavalo, isso muda toda a concepção de Freud, que pensava que a fobia era fobia a cavalo e passa a achar que a fobia é fobia a charrete. Fobia de locomoção, estou resumindo muito.

Embora ela quer contar a Freud que está impressionada, que como é que um homem como seu pai que é impotente, de que maneira faz relação sexual, ela quer descrever que seu pai é um homem potente e acaba cometendo um lapso unvermogenden mann, há toda uma discussão de que forma esse significante, do embaraço do tropeço do significante.

Mais impressionante é no “Homem dos ratos” ratten, heinratten epielratten, que são significantes de rato, casamento e jogador, que faz a fundamento de toda a novela familiar do homem dos ratos, e por fim, homem dos lobos que é esclarecedor o dia que tem um sonho com esse enunciado, arranca-se a vespa as asas, na qual Freud observa que está inscrito as iniciais de seu nome próprio, weSPe, Seguei Petrov , isso pra dizer que essa é uma ferramenta, o gozo do sentido, muito interessante pra operar em psicanálise.

Termino com a conferência de Freud sobre o sentido do sintoma, onde há todo o embaraço daquela senhora, cujo marido fracassou na primeira noite com o que Freud chama concertar, corrigir esse ato com o sentido do significante virgindade, mancha vermelha, porque não havia uma mancha vermelha no lençol, faz uma compulsão, ritual obsessivo, de preparar uma mesa com uma toalha de linho branca, muito limpa, que tem que estar manchada de tinta vermelha e chama a empregada, e vive esse ritual, quer Fr explica como um ato de corrigir esse fracasso podemos explicar com o segundo paradigma como tendo caído a ficha pra ela que a relação sexual é impossível, ou ainda nesse terceiro paradigma o embaraço do sujeito com o significante defloramento, virgindade, donzela.

Paro por aqui, falo mais dos outros paradigmas do objeto a e do sintoma nas perguntas, ou falo mais sobre esses três.

Conexão Lacaniana: OK, podemos começar. Muito obrigada. Podemos abrir para as questões?

Pergunta (SP): Tenho atendido 2 casos de fobia, um de um menino de 10 anos e outro de um rapaz de 25 anos. O primeiro com fobia de chuva e o outro de contato com pessoas, embora esse último trabalhe e estude e o primeiro está com dificuldades de ir a escola.

Jairo Gerbase: Interessante a questão. Fobia de chuva, fobia de gente. São 2 exemplos de fobia, 2 anos e 25 anos, interessante é que apareçam o significante chuva e é claro seria preciso pedir ao analisando pra explicar qual é o seu embaraço com esse significante. Não com esse chuva, mas com o significante chuva. Interessante. Isso a interpretação levá-los a fazer a explicação o porque o significante chuva e significante gente lhe dá medo. Acho que é um bom caminho.

Pergunta (SP): Em ambos os casos eles são muito agarrados a mãe, então fiquei pensando no complexo de Édipo.

Jairo Gerbase: Esse negócio de ser agarrado à mãe, é o que eu digo, como você vai explicar o embaraço ou medo do significante chuva ou significante gente a partir do Complexo de Édipo? Esse mistério, como diz Lacan, que não está dentro de explicar, de não ser imediatamente atraído pela sua mãe, acho que não é uma boa ferramenta para interpretar a fobia. A fobia é um sintoma que substitui a função do pai, a função da castração. Como eu disse na exposição o nome do pai está sempre aquém nunca está a altura de sua função aparece um sintoma como a fobia, um sintoma que corresponde ao que se chamou de formação substitutiva, um sintoma extremamente metafórico. Não convém passar de chuva-pai como Freud queria passar de cavalo-pai. Convém perguntar ao analisante porque esse significante o embaraça.

Pergunta (CE): Posso entender que o primeiro paradigma, o Complexo de Édipo, é a psicanálise freudiana?

Jairo Gerbase: Eu penso assim: a psicanálise de orientação lacaniana está além do Édipo, e o Édipo é um paradigma restrito que só dá conta da significação fálica, embora Freud estava advertido porque ele termina o artigo que eu citei e não comentei essa parte sobre fantasia histérica e sua relação com a sexualidade. Artigo é de 1908, um artigo precoce, e não é do Freud maduro, lá no final do artigo, último parágrafo, porque é um artigo que descreve o que é um sintoma bem formado, uma formação sintomática, diz o sintoma histérico é o mais bem acabado porque realiza ao mesmo tempo uma fantasia sexual inconsciente masculina e fantasia inconsciente sexual feminina, mas diz que numa análise não é possível dar conta dessa outra fantasia sexual inconsciente feminina, que traduz a primeira por gozo fálico e a segunda por gozo do outro. Então Freud não trabalha com isso e tinha essa intuição. Mas é verdade, a gente podia resumir dessa maneira, a psicanálise de orientação lacaniana está sempre além do Édipo.

Pergunta (RJ): Então recolocando; se pensarmos em termos clínicos o paradigma 3 implica a interpretação valorizando o equívoco?

Jairo Gerbase: A interpretação como equivoco é bem compatível, Sandra, com o paradigma da Juissance, lamentavelmente não posso dizer que equivocação, que mal- entendido está no sentido do significante chuva, no significante gente, que a pouco foi proposto aí muito interessante por colega Sonia, então é isso exatamente, a interpretação de Lacan, a interpretação do equivoco significante vai bem com o paradigma 3, o paradigma do sentido, bem entendido, no sentido disso que joga na passagem do significante ao significado. Então entre o significante chuva e seu significado passa alguma coisa que é preciso interpretar. Não é fácil explicar senão dando exemplo, mas é bem isso, tá certo, implica a interpretação como equívoco.

Eu acho que não, que a nossa tendência é escolher um desses paradigmas, o paradigma no sentido, enfim é muito usado, como desenvolvi os outros 2, objeto a o que tem mais dignidade e respeitabilidade. Todo mundo, todo lacaniano gostaria de conduzir a análise a partir do que está escrito no matema do discurso do analista, se colocar ali, trabalhando muito com o paradigma 3, gozo do sentido, gosto muito de trabalhar com a equivocação. O paradigma do objeto a, o mais gozar, que tem essa respeitabilidade, pelo fato de que objeto a está agente no discurso do analista, que Lacan escreveu analista aí nesse lugar como semblante desse objeto, mas ele não era a meu ver muito operacional, a maior queixa dos analisandos era essa do analista semblante do objeto a, silencio, o analista... enfim, mas é um paradigma forte, eu gosto do paradigma 3, o juissance.

Pergunta (SC): Seria possível falar na passagem da interpretação lógica do Édipo, de Lacan em lugar da material (falo) de Freud?

Pergunta (CE): Recolocando a minha questão: Posso entender que o Complexo de Édipo, primeiro paradigma da psicanálise na leitura lacaniana é a psicanálise freudiana? E que toda a psicanálise lacaniana situa-se além do édipo?

Pergunta (SC): Como isso se Édipo é limitado, é mais satisfatório ir-se além?

Pergunta (SP): para você Jairo qual dos 3 paradigmas é melhor usado?

Pergunta (SP): penso que o pai está sempre aquém da sua função, como devemos na clínica do gozo do sentido pensar o complexo de édipo em termos lógicos, como fazer esta operação na clínica então se incluiu numa possível relação sexual?

Conexão Lacaniana: para você Jairo qual dos 3 paradigmas é melhor usado?

Pergunta (SP): fale um pouco mais sobre o sentido da super consciência

Pergunta (SP): não há saber no inconsciente sobre o que é o significante homem/mulher

Jairo Gerbase: Paradigma do sintoma é bem interessante, eu espero dominá-lo mais, porque fizeram um nó borromeano de 4, o sintoma entra aí como um registro, não há uma hegemonia de um sobre o outro, real simbólico imaginário e sintoma estão na mesma dimensão, mas não sei, eu não vejo como.

Se está ligado ao complexo de Édipo isso é interpretação, vc está dizendo que o interesse do menino Hans com sua mãe como complexo de Édipo, você poderia ver o interesse do menino Hans pelo corpo de sua mãe para não fazer diferença entre o que há em seu corpo, seu pipi e o que não há no corpo de sua mãe.

É a mesma pergunta Cristiane? Tava dizendo, tá passando pelo paradigma 2 chegando ao paradigma 3. Eu dizia, pensando no menino Hans que é exemplo conhecido, de todo interesse chamado gozo imaginário. Imaginário quer dizer corpo, é a consistência do imaginário, o interesse no corpo de sua mãe, para dizer isso é complexo de Édipo. Para dizer de outra maneira, isso é excitação do gozo sexual, se colocou antecipadamente no menino Hans o gozo sexual.

Você pode pensar que ali está em jogo um homem e uma mulher, não necessariamente um homem e sua mãe. E portanto você estaria já pensando que o menino Hans se colocou antecipadamente a complexidade do que é a sexualidade.

É assim que Lacan termina o capítulo IV, página 48 nessa edição falando da fobia do menino Hans, dizendo que desde que a fobia foi suprimida.

Mãe de Hans pediu parar com a análise porque temia que a análise fosse a conversa que seu pai tinha com Freud e com o menino Hans intermediava o diálogo do menino Hans com Freud pudesse levar o menino a se embaraçar ainda mais com a questão da sexualidade. Então com o menino Hans se colocou antecipadamente uma questão que seria colocada no que se chama “depois da Latência”, ou o que em biologia se chama puberdade, o que em psicologia se chama adolescência.

Uma questão que se colocou muito precocemente para ele, a questão da relação sexual, não preciso do complexo de Édipo para entender o que se passava com o menino Hans, é uma relação interpessoal impossível que se colocou para ele, uma relação entre um homem e uma mulher, um homem pequenino e uma mulher.

Mas queria poder dizer isso em termos do gozo do sentido. Quer dizer, um pouco mais, quer dizer, embaraço do menino Hans com o sentido do pipi ereto.

Conferência de Lacan em Genebra você vai encontrar uma frase curiosa do paradima 3 que é “a fobia acontece porque o pipi entra em ereção”. Quer dizer, você vê um menino pequeno perguntar às vezes à mãe, muito engraçado dizer “oh mãe, estou doente isso aqui só fica duro, meu pipi só fica duro”, é muita excitação da questão do gozo sexual que se colocou para um menino pequeno e com o qual ele tem embaraço, e não tendo ainda acesso ao gozo do corpo do outro, só tendo acesso ao gozo do próprio corpo, o que se chama gozo masturbatório, gozo um se quiser ser um pouco mais rigoroso em termos teóricos, e prefiro dizer essa coisa de passar o significante ao significado prefiro dizer que aí está o problema mais do que Complexo de Édipo.

De fato é um problema do sentido porque vc vê a piada virar toda essa coisa da criança pequena que começa a descobrir a sexualidade em seu próprio corpo, como se embaraça com isso, e como fala disso, e a piada aparece pra dizer, o menino por exemplo, falando com sua irmãzinha: “fui perguntar ao avô como é que nasce o bebê, e o avô contou a estória da cegonha”. E o menino virou para a menina e disse “contamos a ele ou o deixamos viver na ignorância?”.

A piada é um pouco para dizer isso, que a questão do sentido do gozo sexual está muito precocemente na criança e a gente pode usar o paradigma do Complexo do Édipo para analisar, mas pode ir adiante usar paradigma do “não há relação sexual” e pode ir adiante usar o paradigma da juissance, do gozo sentido.

Pode também usar o paradigma do objeto a referente ausente, referente lógico do qual ele não pode dar conta, e pode ainda colocar o paradigma do sintoma para explicar esse embaraço , de uma criança pequena, como Hans com gozo sexual dizendo que isso se antecipou como está na conferência de Genebra.

Pergunta (SP): O senhor falou sobre a relação sexual.... Ok seria um muro entre um homem e uma mulher.... realmente?

Jairo Gerbase: Não, excelente pergunta, não entre homem e uma mulher, mas entre o significante homem que se escreve fi maiúsculo (phalo) e significante mulher que não temos como escrever. Na teoria dos conjuntos, quer dizer relação biunívoca, tem que haver um termo no conjunto A e conjunto B para que haja relação biunívoca. Na falta de um significante que escreva o gozo do outro corpo, gozo chamado da mulher, já confundiu corpo com significante, o gênero com o significante, a sua pergunta mostra isso então, é o muro é do significante, o sujeito do inconsciente não pode escrever os dois gozos.

Não há a própria ação sexual, está no equívoco de “não há uma relação sexual”, parece uma piada como eu dizia, não há nenhum meio entre um homem e uma mulher em termos de seus corpos, cópula corporal, em termos da cópula gramatical, cópula do significante, vocês sabem que o complicado é o extremo da cópula, da cópula do sujeito com o objeto, isso vem da gramática. Não há saber no inconsciente sobre o significante mulher, homem há, enfim, eu diria que dessa maneira pra evitar o falocentrismo, que é muito criticado não há saber sobre o que é o significante não todo fálico, o significante não toda. Há apenas no inconsciente um saber sobre o significante fálico, significante todo.

Eu diria que nunca os sintomas estão ligados ao Complexo de Édipo, isso foi uma teoria que se descobre a partir de si mesmo, eu comentei isso no meu livro “Comédias familiares”. Lacan que comenta na verdade primeiramente no Seminário O Avesso da Psicanálise, então sonho é de Freud, então foi buscar na literatura, Lacan se surpreende se fosse buscar na comédia isso. E eu diria que, minha aposta é, um dia a Psicanálise parar de lidar o sintoma como Complexo de Édipo, minha aposta, minha bandeira. Agora quis dizer isso mais uma vez e ainda não consegui, na verdade o Complexo de Édipo está para paradigma como a impossibilidade da relação sexual, o do gozo-sentido, assim como a Teoria da Gravidade está para a Teoria da Relatividade, como Chamonix está para Einstein.

Houve uma generalização da teoria, na qual o Complexo do Édipo feito como teoria restrita. É melhor entender a teoria do Complexo do Édipo como uma teoria da significação fálica para entender como ela é restrita, como o seu alcance é limitado.

Posso fazer essa comparação, a teoria do Complexo de Édipo é uma teoria restrita em relação à teoria da impossibilidade da relação sexual, por exemplo, que é uma teoria generalizada. Não quer dizer que anulou a teoria do Complexo do Édipo mas tornou-a restrita, se pode trabalhar numa teoria mais generalizada.

A teoria restrita toma a neurose como modelo da formação do sintoma. A teoria generalizada toma a neurose, quer dizer recalque, a teoria generalizada toma a psicose, a foraclusão como a generalização da teoria. A neurose e o recalque sendo suplência a essa foraclusão generalizada.

Os paradigmas do gozo, pai-mãe-criança são substituídos por significante homem-mulher-falo a rigor quis dizer com isso que, em vez de tratar o fundamento sintoma como desejo incestuoso do menino por sua mãe e desejo assassino do menino por seu pai, podemos tratar como impossibilidade de escrever os dois gozos, do homem e da mulher, e fazê-los entrar em relação, os dois gozos, as figuras do pai-mãe-criança são substituídos não pelas figuras de homem-mulher, mas pelo significante homem-mulher.

Conexão Lacaniana (SP): A última pergunta, estamos caminhando para as considerações finais.

Pergunta (SP): Jairo, você disse que no segundo paradigma as figuras reais do édipo são substituídos pelos significantes homem - mulher. Poderia falar um pouco mais sobre essa passagem? O que seriam exatamente o significante homem e significante mulher? Onde podemos ler mais sobre esses conceitos?

Jairo Gerbase: Significante homem-mulher seria exatamente o significante do todo e a mulher o significante não-toda, não todo fálico, ou significante não-toda, significante que não se inscreve, é preciso supor um significante que se inscreve chama homem impropriamente e o significante que não se inscreve, esse que vai sustentar o conceito de real, impossível de dizer, então se é impossível de dizer, chamamos isso todo, no sentido da lógica, o universal, ele pode ser dito, chama-se a isso de um significante que não se pode inscrever, que dá fundamento ao real, enquanto que o outro dá fundamento ao simbólico, que pode ser escrito significante fálico, significante do homem, ao outro que dá fundamento ao real , significante impossível de inscrever, mas que de todo modo se confunde com o gênero, com o corpo.

Um dilema sobre esses conceitos, não sei, Seminário XX trabalha muito a sexuação, mais difícil, eu já escrevi muito sobre isso em meus artigos.

Conexão Lacaniana: Jairo, gostaríamos imensamente de agradecer sua valorosa participação.

Jairo Gerbase: Para mim foi ótimo, foi a primeira vez, não sabia o que fazer, ficou meio embaraçoso. Se soubesse que ia fazer uma conferência eu traria uns escritos, umas anotações, de todo modo eu acho que transmiti o que eu queria, a minha polêmica, que é de não usar o Complexo de Édipo para operar em psicanálise.
Aprendi muito, Lacan no sistema, que coisa formidável, muito bom. Primeira vez que participo e estou encantado com o método, e depois você pode estar em qualquer lugar e trocar idéias. Francisco está em Fortaleza, eu estou em Salvador, Luis não está na capital. Realmente uma dimensão.

(Inúmeras manifestações de agradecimentos a Jairo Gerbase. Selecionamos algumas).

Pergunta (RJ): Obrigada Jairo, muito produtivas as suas colocações para que possamos pensar em questões básicas da psicanálise , foi um prazer ouvi-lo.

Pergunta (PR):
Conferência bastante densa, mas elucidativa
.

Jairo Gerbase: A densidade, Ana Cláudia, é mesmo do tema, psicanálise é como física, exige conhecer os conceitos fundamentais, muito técnica a linguagem, então a densidade nem por isso. A gente fala pensando que o outro está habituado como você. Acho mais fácil que economia, leio jornais todos os dias, entendo pouco de economia.

Pergunta (PR): não há problema com a densidade, só fica mais leve se eu estudar mais, sou eu quem não sei ainda...

Jairo Gerbase: É isso mesmo, Ana Cláudia, dominar os conceitos fundamentais.

Pergunta (SP): Jairo, foi muito bom ouvi-lo com toda essa sua tranqüilidade... ainda que eu entenda muito pouco... mas dá para a gente se entusiasmar cada vez mais... Muito obrigada, abraços, Flamínia.

Pergunta (SC): Sim, ótimo para entrar no universo lacaniano; por acaso estive com algumas senhoras ontem, e elas estavam conscientes de terem ultrapassado seus traumas etc. Se elas soubessem que seu nome – MULHER - não se inscreve nalgum lugar, nossa! teriam se portado de outra forma, mas, fato é, que conseguem elaborar seu mundinho bem direitinho, mas, devem mais estar cumprindo "ordens" teóricas do que propriamente usufruir.

Conexão Lacaniana: Queria agradecer mais uma vez a participação do dr. Jairo com essa brilhante conferência, e agradecer em nome do dr. Márcio Peter e toda Conexão Lacaniana e todos que estiveram presente. Muito obrigada a todos. Boa noite! Muito obrigada por este horário tão agradável que você nos proporcionou! Nós da Conexão ficamos muito contentes com sua disponibilidade, atenção, e pela excelente conferência.

Jairo Gerbase: Um abraço a Márcio Peter, digam a ele que realmente ele está a frente, um passo a mais. Encantador esse trabalho.

 

Núcleo Márcio Peter de Ensino - Conexão Lacaniana
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